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Falta competência técnica e política para equacionar problemas.07.12.15

 Falta competência técnica e política para equacionar problemas.

Heliana Comin Vargas

 Texto publicado no Jornal o Estado de São Paulo. Aliás. P J7, em 15/04/ 2007

 

Um dos grandes desafios da administração de cidades neste terceiro milênio, sejam elas grandes metrópoles ou pequenas cidades, é a gestão dos fluxos. Não mais e, exclusivamente, dos fluxos gerados internamente como decorrência do deslocamento cotidiano de pessoas, bens e veículos. Mas, principalmente, da gestão daqueles de origem externa aos centros, gerados por atividades internas atratoras de fluxos, que tem na atividade turística sua própria razão de ser. (turismo vem de tour, deslocamento). Neste sentido, o turismo, como “indústria motriz”, tem se constituído no grande mote do desenvolvimento urbano da atualidade, pela geração de emprego, trabalho, renda, negócios, impostos que pode gerar. Sem, no entanto, deixar de acarretar uma série de problemas que ainda estão por equacionar. É dentro desta ótica que os grandes eventos realizados nos espaços públicos, se enquadram: como uma contribuição à geração de receitas extras, trazidas de fora e apropriadas localmente. Portanto, para que os benefícios destes eventos sejam maiores do que seus custos, é necessário competência técnica e política para atender a estas demandas urbanas. Uma base de dados e diagnósticos bem elaborados sobre esta nova realidade urbana, lastreados em estudos científicos, e uma visão sistêmica da cidade por parte dos técnicos e gestores que dela se encarregam, no caso específico dos grandes eventos, conduziria, por exemplo, à oferta de alternativas de lugares, formatos, percursos e momentos para a sua realização e do estabelecimento de critérios para a sua operacionalização. Como esta situação praticamente inexiste, o que parece vigorar nos processos atuais de gestão urbana tem sido, sumariamente, a mera proibição.